Nosso mundo anda tão conectado que às vezes não sei distinguir o real do digital. As telas, as conexões, a hiperligação na ponta dos dedos, enfim, há uma dúvida cruel que reside em mim, quando tentamos saber qual o alcance da nossa voz. E aí eu penso nos chamados ecossistemas e ambientes digitais de aprendizagem. Esses espaços que tem uma forte influência na formação do indivíduo. São espaços dinâmicos, interativos que simplesmente conseguem promover uma colaboração sem precedentes. Não há mais fronteiras, definitivamente.
Quando falamos em empreendedorismo, passamos a entender que a construção desses ecossistemas e ambientes digitais de aprendizagem que colocam pessoas a dialogar, isso sem contar que alguns têm a IA como um ator não humano, mas que também dialoga conosco. E tudo isso vai muito mais além do que simplesmente digitalizar conteúdos e promover discussões. Existe o fator inovador que pode alavancar tecnologias ou mesmo criar metodologias inovadoras que possam atender às demandas desse nosso mundo em constante evolução.
Entretanto, esse suposto sucesso depende imenso da combinação com o ser humano. A abordagem humanista tende a ser o fator primordial quando passa a priorizar a interação e uma formação com visão mais estratégica, colocando o empreendedorismo no centro dessas práticas educacionais. Capacitar os indivíduos a transformar seus problemas em soluções de uma forma criativa e, logicamente, sustentável.
“Ambientes, habitam-se”, disse o professor António Moreira em nossa última sessão síncrona. Ambientes, Plataformas, Ferramentas, Ecossistemas. Termos que confundem, mas ao mesmo tempo vão juntando as peças. Diferentes ambientes formam os ecossistemas com seus atores (humanos ou não), mas que vão juntando os pedaços, crescendo e florescendo, sejam em forma de texto, de audiovisual ou até mesmo usando a tridimensionalidade e construindo um mundo paralelo onde podemos andar, saltar, conversar e viajar.
E dessa forma vamos tentando entender aonde nossa voz alcança. As sessões virtuais que são presenciais ao seu modo e de certa forma, todos protegidos pela janela do nosso dispositivo. Mas foram justamente esses ambientes que nos permitiram ficar juntos quando todo o mundo se protegia. Foram essas janelas que aproximaram famílias, profissionais e clientes. Hoje, já com a permissão de nos aproximar, ainda andamos a viver digitalmente. Às vezes por necessidade, outras vezes por vontade própria. O certo é que nossa voz pode alcançar outros universos, metaversos e o próprio verso do nosso próprio pensamento.