A educação empreendedora como um catalisador de oportunidades

A educação empreendedora como um catalisador de oportunidades

Não é difícil entender por que o empreendedor é frequentemente chamado de sonhador. Para ele, um sonho na mente e uma oportunidade nas mãos são suficientes. Discutir educação empreendedora é, na verdade, explorar a origem desses sonhos. Trata-se de compreender o ciclo contínuo de desafios e oportunidades. Uma roda que nunca para de girar: oportunidades geram desafios, e desafios geram novas oportunidades. Ao incorporar a educação empreendedora nas escolas e identificar alunos com potencial, fica claro que, quando a oportunidade surge, ela se transforma em um desafio repleto de inovação e progresso. 

A educação empreendedora, sabemos, não é apenas uma disciplina ou um conjunto de técnicas. É cultivar uma filosofia onde a coragem de sonhar e a determinação de realizar são elementos fulcrais. Há que se oferecer um terreno fértil onde ideias inovadoras vão poder germinar, crescer e florescer. É necessário que sejam proporcionadas aos indivíduos as ferramentas necessárias para identificar oportunidades, superar desafios e transformar suas visões em realidades tangíveis.  

Desde o desenvolvimento de habilidades críticas e criativas até a promoção de uma mentalidade resiliente e proativa, a Educação Empreendedora carrega consigo a capacidade de ser o pilar essencial para preparar os indivíduos para os complexos desafios do mundo moderno. É através dela que capacitamos os alunos e os preparamos para pensar de maneira independente, agir com iniciativa e navegar com confiança pelas incertezas do mercado. 

A essência da educação empreendedora pode ser encontrada na cultura digital, no autoconhecimento, na cidadania e, principalmente, no projeto de vida. E é dentro das quase 600 páginas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que podemos referenciar a educação empreendedora de várias formas, especialmente no campo dessas competências gerais que visam formar cidadãos capazes de enfrentar desafios empreendedores.  É de suma importância envolver o ensino de conteúdos específicos através de metodologias ativas de ensino, projetos colaborativos e a promoção de um ambiente escolar que valorize a inovação e a criatividade. 

O Professor Jacinto Jardim, da Universidade Aberta do Porto, já disse “A Educação Empreendedora tem a ver com todas as estratégias utilizadas para que os estudantes desenvolvam um conjunto de competências, a fim de que consigam ter espírito de iniciativa e sejam capazes de criar produtos, serviços ou organizações originais”. O comentário do Professor Jacinto, destaca a importância da Educação Empreendedora no desenvolvimento de competências essenciais para os estudantes. Através dessa abordagem, os estudantes são incentivados a cultivar um espírito de iniciativa, criatividade e inovação. A Educação Empreendedora vai além do ensino tradicional, focando em habilidades práticas e comportamentais que capacitam os alunos a identificar oportunidades, resolver problemas de forma criativa e, eventualmente, criar produtos, serviços ou até mesmo novas organizações. Essa perspectiva é fundamental em um mundo em constante mudança, onde a capacidade de adaptação e a inovação são cruciais para o sucesso profissional e pessoal. 

 A educação empreendedora desempenha um papel crucial na criação de novas oportunidades, estimulando a inovação e o desenvolvimento econômico. Ao fornecer ferramentas e conhecimentos essenciais, ela capacita indivíduos a transformar ideias em negócios viáveis e sustentáveis. Além disso, promove uma mentalidade proativa e resiliente. Por meio de programas e iniciativas que incentivam a criatividade e a resolução de problemas, a educação empreendedora não apenas prepara futuros empreendedores, mas também contribui para a formação de profissionais mais adaptáveis e preparados.  

A pesquisa do Centro de Referência em Educação Empreendedora do SEBRAE, intitulada “Só tem no Brasil – Caminhos para uma educação transformadora” apresentada em 2024, mostrou que o nosso país nunca teve tantos jovens como agora. No entanto, essa janela de oportunidade está se fechando rapidamente, já que o estudo prevê que, após 2025, o envelhecimento da população vai acelerar até que os jovens representem apenas 15% da população brasileira em 2060.  

Segundo Maíra Biasi, especialista em futuro do trabalho, “a educação empreendedora incentiva a atenção aos detalhes, capacitando os alunos a identificar oportunidades e desenvolver competências. É uma educação que devolve o direito de sonhar”.  A educação empreendedora vai além da simples criação de negócios. Cultivar uma mentalidade empreendedora está na sua verdadeira essência, principalmente quando valorizamos a iniciativa, a colaboração e a capacidade de transformar ideias em ações concretas.   

O Fórum Econômico Mundial divulgou uma pesquisa em que reúne a perspectiva de 803 empresas que empregam coletivamente mais de 11,3 milhões de trabalhadores em 27 setores e 45 economias de todas as regiões do mundo. Segundo os dados disponibilizados, espera-se que cerca de 23% dos empregos mudem até 2027, com 69 milhões de novos empregos criados e 83 milhões eliminados, especialmente nas áreas de IA e aprendizado de máquina, sustentabilidade, analistas de inteligência de negócios e segurança da informação. Quais serão as novas profissões? Onde vamos nos encaixar?  As perguntas vão se acumulando e o tempo, na medida que passa, vem carregado de novidades e novos caminhos. Não há mais tempo para se preparar para a mudança. Ela já bate à porta.  

A humanidade levou 5000 anos para passar da escrita cuneiforme para a imprensa de Guttemberg e apenas 541 anos para digitalizar tudo isso em formato de correio eletrônico. Das mensagens eletrônicas para as mensagens instantâneas foram 38 anos e apenas 9 para que os ChatBots passassem a conversar conosco. Entretanto, a economia está se tornando cada vez mais orientada para a inovação, a tecnologia e a autonomia profissional e a educação empreendedora vem desempenhar um papel crucial nas mudanças do mundo do trabalho. As novas plataformas de inteligência artificial serão ferramentas essenciais para auxiliar a educação empreendedora na construção desse futuro. 

Quando os alunos estão envolvidos com a educação empreendedora, eles experimentam um crescimento significativo, desenvolvem um forte senso de pertencimento e autonomia, percebem a relevância dos conceitos aprendidos, definem objetivos claros e compartilham experiências e conhecimentos com seus colegas. A educação empreendedora inspira a inovação, a autodeterminação, a busca pela independência e criação de oportunidades. Por fim, a educação empreendedora inspira a liderança e nos diz ensina que, o que é efêmero no empreendedorismo torna-se palpável quando planejado. 

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