Por mais que já tenha despejado palavras em dois pequenos livros e por mais que me alegre escrever, falar e contar histórias, nunca me pareceu interessante criar um blog ou qualquer coisa do gênero. Sempre me abstive de postar sentimentos assim, tão escancaradamente, mas o tap-tap das teclas do computador me remeteram aos martelos da máquina de escrever da minha querida mãe. Dona Lourdinha Gusmão, jornalista e radialista (não necessariamente nessa ordem), passava horas e horas do dia e da noite a “bater à máquina” como ela dizia. Por vezes, fui dormir com uma música de ninar diferente, porém, bem familiar. O tec-tec-tec-tec dos martelos eram música para meus ouvidos. Era a certeza de que a mãe estava ali, por perto, nos protegendo.
Escrever em um blog tem que ter algum sentido, algum motivo, alguma razão. Por mais que pareçam a mesma coisa e sejam como pilares que sustentam a alma das nossas ações, sabemos que o sentido nos conecta ao que somos, o motivo nos desperta para agir, e a razão nos oferece um caminho. Escrever em um blog faz sentido quando se tem algum motivo e o encontrou por alguma razão.
Agora faz sentido que eu esteja inscrito em um Mestrado. Estudar empreendedorismo, educação empreendedora, cidadania e outros tantos temas que me fascinam, constróem um motivo para o desafio. E qual a razão mais óbvia para isto tudo? É saber que se tem um chão firme para que eu possa caminhar tranquilo.
A partir de agora teremos muitos textos por aqui, seja algo do meu coração ou das unidades curriculares do Mestrado em Empreendedorismo e Cidadania Global. Só sei que será preciso escrever e reacostumar com o tap-tap, lembrando sempre do sentido, do motivo e da razão que aqueles martelos, daquela máquina antiga, me ensinaram por tanto tempo.